31/05/2011

there's no language for how i'm feeling

cheguei a casa e tive que me deitar sem nem mais uma palavra querer ouvir. tinha a cabeça em água a ferver, e o coração cansado e magoado. hoje foi a gota final do imenso oceano que criei sem dar conta. um oceano que arrastou tudo o que tinha sem piedade, a minha dignidade, o meu bom senso, o meu porto de abrigo, a minha pessoa. levou-me tudo, já não sei de mim. se existem tsunamis é aqui, na minha alma, na minha casa. só queria que o tempo volta-se atrás e com ele viesse o que fui. preciso de descanso e não há nada neste momento que me dê a chave para abrir a paz. e escrever esta palavra cria uma certa nostalgia, pois paz é coisa que não tenho desde há uns meses atrás. quis percorrer duas estradas diferentes ao mesmo tempo, mas não consegui e agora estou perdida. ambas as estradas me chamam mas tenho o coração de tal modo fraco que não tem poder de escolha. se pudesse voar já o tinha feito, para um lugar bem longe de tudo, da mentira, da falsidade, da hipocrisia, da mal interpretação, até de mim. estou tão farta de tudo, há meses que espero pela bonança na minha vida, pois nela a tempestade já permaneceu tempo a mais para meu gosto. mas o que é que posso fazer mais? aliás, nem tenho a certeza que se tenho forças para mais! nada do que eu faço é reconhecido, já nada do que eu digo é confiante nos outros, logo, estou desfeita sem o poder dos meus actos nas minhas mãos.
um dia faço como os pássaros livres, arranjo asas e emigro.

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